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sábado, 13 de fevereiro de 2010

Arrependimentos

(Escrito em 13/01/2010)

Existem momentos na vida em que sempre nos arrependemos de coisas que fazemos e/ou dizemos. O momento em que escrevo é um desses. E olha que já tive muitos desses momentos, apesar da minha pouca idade. Mas o estado em que me encontro agora foi o responsável por essa vontade súbita (pois há muito não a tenho) de escrever.
Certa hora parei sentado na porta de casa. Fiquei olhando para o nada, pensando em muitas das escolhas que fiz na vida. Não em escolhas comuns, banais; mas em escolhas que, por exemplo, acabaram por definir meu caráter atual. Fiquei, por alguns minutos, imaginando como seria minha vida se algumas dessas escolhas fosem contrárias. Na verdade, tentei imaginar. Como seria minha vida se, ao invés do bom filho, eu fosse um bandido, traficante "filho-da-puta"; se, em favor do estudo, tivesse trabalhado cedo; se tivesse continuado no emprego que eu detestava e deixasse de mão a conclusão da minha faculdade de Letras, sem certeza de garantia empregatícia; se fosse pegador e mau caráter completo ao invés do amigo parceiro e sujeito pacato que me tornei; se fosse bandido ao invés desse escritor deprimido (emo não, pelamordedeus!).
Naquele momento eu me arrependia de tudo o que consegui de bom: meus amigos, os reais, os telefônicos e os virtuais; o carinho da minha família, o sonho realizado de cursar, e concluir, a faculdade... E não a toa ponho o verbo no passado. Porque, enquanto escrevi este texto até o parágrafo anterior, ainda me arrependia. Mas quando matei a saudade de escrever com gosto, a cabeça descarregou os pensamentos ruins, ao menos por ora. Não valia, e nem vale, a pena mantê-los.
E pensar que me arrependi de muito o que consegui na vida por pura raiva, ao não conseguir tirar um cochilo vespertino em casa...